A história da nossa família começa com a vinda para o Brasil do dinamarquês Christiano Matthiessen, engenheiro civil e abolicionista que, estimulado pelo amigo Dr. Prudente de Morais (na época governador do estado de São Paulo e, posteriormente o 3º. presidente da nossa República), foi contratado para realizar a divisa entre os Estados de SP e Paraná e também a estrada que liga BH ao Espírito Santo.

Apaixonado pelas terras planas e propícias à agricultura de Piracicaba, que se assemelhavam à sua terra natal, Christiano adquiriu sua propriedade e em 22 de Abril 1886 fundou a Fazenda Capuava, dando-a de presente de casamento à sua esposa Sophia Rehder Matthiessen.

A fazenda iniciou suas atividades com inovações e técnicas modernas na fabricação de peças de madeira comumente utilizada pelos dinamarqueses na produção do destilado AQUAVIT. A bebida de origem escandinava e muito apreciada pela colônia dinamarquesa, não existia no país.

Aproveitando o privilegiado solo e condições climáticas, a fazenda investiu no cultivo da cana de açúcar e na produção de um destilado alcoólico que atendesse essa demanda. A nossa cachaça!

Christiano Matthiessen sempre trabalhou para o crescimento da cidade de Piracicaba e teve destaque no cenário público:

• Foi vereador da 1ª Câmera de Vereadores de Piracicaba, com importante atuação no saneamento básico da cidade (Setembro de 1892 assumiu a chefia da “Higiene e Saúde“ do município / fonte : Artigo publicado no Jornal de Piracicaba, do dia: 25-3-1964 por Leandro Guerrini “Nomes Que a Cidade Guardou”)
• Participou da lei No. 1 do livro 1o – Lei Orgânica do Poder Executivo Municipal
• Fez parte da primeira Câmara Municipal Republicana, eleita pelo povo

Com o falecimento de Christiano em 1904, a fazenda passa a ser conduzida por sua esposa Sophia, já com 04 filhos: Charlotte Rehder Matthiessen (1887-1969), Henrique Christiano Matthiessen (1895-1966), Hortência Matthiessen (1899-1979) e Tagea Matthiessen Gudmon (1904-1986)

Mulher corajosa e de fibra, Sophia Rehder Matthiessen estava com 34 anos quando assumiu a direção da Capuava, e estimulou o seu desenvolvimento mantendo vivo o sonho do marido e as raízes do empreendedorismo de nossa família.

Além das atividades triviais que a família exigia na época e de todo empenho na condução das atividades da fazenda, Dna. Sophia, como era carinhosamente chamada, trabalhou ativamente em prol de projetos sociais muito importantes para a região.

Atendeu famílias carentes do bairro Vila Nova e contribuiu financeiramente para a educação, estimulando a criação da escola na vila para os filhos dos funcionários do Engenho Capuava e também para a comunidade local. Manteve por muito anos uma contribuição mensal para essa instituição.

Foi também uma das responsáveis pela construção da Capela Vila Nova, erguida com donativos provenientes da fazenda.
Hoje a sua presença está representada em nomes de estradas e ruas de nossa cidade.